sexta-feira, julho 06, 2007

P&B e em cores




















Ele sempre acreditou que no mundo havia certo e errado, e por isso vivia a pedir desculpa, pois ele sempre se via como o errado... Se via como o (in)dependente, como o (bem) mal amado, entre tantos outros olhares e rótulos para consigo.
Queria lutar contra essa prisão que ele mesmo criara, mas era tão difícil, já que ele só conseguia ver o mundo em preto e branco, já que para ele a dicotomia do que ele era e do que ele deveria ser não entrava em equilíbrio, pois o preto no branco ou o branco no preto ele achava impossível... Ou simplesmente o ser díficil já inviabilizava tudo.
Achava que sabia amar mas ignorava que para o amor não existe fórmulas...
Achava que sabia viver, mas ao ouvir pensamentos diferentes se perdia...
Ao tentar enxergar a realidade dele, ele só via a dos outros, e se deixava ser dominado pelos pensamentos dos outros ...
Pois como ele via em preto e branco, ignorava o meio termo, e a "policromia", não estava aberto para encarar os desafios, e tentava ajustar o seu mundo só variando a tonalidade de pretos e de brancos...



Mas havia agora um outro ele, menos enrolado, menos fatídico e que pensava mais parecido com ela, que sentia ou via o que ela via... Era um ele em cores, que não negava as possibilidades, que não problematizava os seus erros ou defeitos... Um ele que convivia com ela todo dia, que ensinava e acrescentava sempre as cores ao olhar... Que via além do preto no branco e que principalmente não estava preso, ele compartilhava da liberdade com ela...
Nesta policromia ele tinha a sua tonalidade preferida, mas não esquecia de valorizar as outras...
Ele tinha os seus grilos, mas o fato de estar em cores permitia que ele não se prende-se ao certo ou errado...
Os pensamentos dele coloriam o dos outros, ainda mais o dela...
Ele era colorido, não ignorava o Preto & branco, mas as cores, que vida existe nas cores, a existência em cores era um deslumbre...
Tonalizar o que estava em cores ou colorir o que não estava ou descolorir o colorido, tantas possibilidades...
Nenhuma incerteza, barreira que não pudesse ser superada, espontaneidade que não pudesse ser vivida, nada de palavras que não correspondessem com o que se sentia, tudo em cores...










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