sexta-feira, novembro 02, 2007

À Nando ou á nado


Um eterno desalojado
Hoje está abrigado entre listas, fotos,
amontoados de roupas, Baygon, baratas,
quatro paredes, muitos amigos e um teto
Muito dedicado ao mestrado
ao que for marcado, sonhado, desejado
Não esquece do passado, sempre destrambelhado
vive desesperado
Se preocupa com o futuro, com o obscuro, o desconjuro

Ele veio de Belém
Sem nem saber que não podia vir de trem
Uma família de baratas de refém trouxe
E em sua mala adentrou
Um mata, não mata, que não matou
E em seu quarto se alojou
Um mata, não mata, até hoje não matou

Até que um dia eu dei bobeira em seu caminho
E o bonitinho na minha faixa
Alegre, fresca, se fissurou
Resolveu em minha vida despencar
Mas de decadente não teve nem a entrada
e nem a saída
E eu de zueira, decidi ir com ele a feira
Viciei em seu talento e em ser seu tormento
E sua história em letras pus-me a contar

Se Maceió tivesse uma honrada ponte
Fernando o seu ilustre morador seria
E a família de baratas
Por fim o deixaria (em paz)
Procurando outro rapaz
Em busca de uma humilde moradia

De fato e de direito
por Maceió ele se sente amado
Mimado, afagado
E está prestes a dizer
Que não há mais o que fazer
E que daqui não se vai nem à nado

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