sexta-feira, janeiro 01, 2010

A nova velha história

Era a última semana do ano, em meio aos pensamentos sobre o decorrer desse período ela chegara a conclusão de que sentimentalmente sua vida havia estagnado desde março. Não era algo muito incomum contudo nunca tinha sido tão claro. Desde seus quinze anos ela sempre teve ao menos alguém em vista ou na mente, mesmo que fosse mais um amor incorrespondido, e nesse sentido ela tinha uma coleção de histórias. E estava há muito tempo sem conseguir encontrar alguém que ela realmente pudesse alimentar esperanças sobre ele, parecia que tinha desaprendido.

E naquela domingo o pensamento que predominava era que mais um ano estava para acabar e ela sentia o peso de 9 meses infrutíferos, com um desejo latente e persistente de superar e prosseguir. Na falta de ter o que fazer fora de casa ela ficou largada no computador, e começou a chorar suas lamúrias com alguns amigos. Chegou até ao cúmulo de sentir que uma das pessoas que a aconselhava, um carinha solteiro, com o qual ela gostaria de estar, acabou dando uma de terapeuta. Isso porque ela não consegue e nem quer esconder quando não está bem. Depois de passar a noite se lamentando só restava ir domir.

Segunda-feira um novo dia. Retornou ao trabalho após uma semana de folga, mais um dia como outro qualquer. Mas a tarde depois do trabalho, um bom filme e uma ligação chamando para fazer parte de um projeto a deixaram mais tranquila.

Na terça a tarde depois do trabalho e de almoçar ela foi para a reunião do projeto. Já teria sido uma tarde agradável pois o assunto era do agrado dela, mas para acrescentar no meio da reunião apareceu um intruso. E para ela foi como se esse encontro com esse intruso (onde na verdade ela era a intrusa) a tivesse reenergizado. Ele apenas reconheceu ela, perguntou como estava e quis saber de sua vida. Entretanto, o conteúdo não foi o mais importante e sim a alegria e o carinho com a qual ele a tratou, isso a contagiou.

E dois dias depois a virada de ano. Ela estava lá no meio da multidão, quando um interessante desconhecido que ela conhecia de vista se aproximou, sorriu, deu um beijo em cada uma de suas buchechas, desejou feliz ano novo e seguiu. O coração dela deu um salto quando viu aquele rapaz tímido sorrir para ela e vir lhe cumprimentar como se eles tivessem sido apresentados antes (o que não acontecera), e ela ficou com um desejo de quero mais e com uma vontade louca de conhecer mais esse ilustre desconhecido. Será que 2010 vai ser tão encantador quanto o sorriso que ele deu para ela?