quarta-feira, dezembro 09, 2015

(In) Constante

Tenho fotografado com mais frequência, mesmo ainda ciente de que não fotografo nem metade do que tenho vontade.
Ainda sou indisciplinada em relação ao registro fotográfico.
Ter um local a visitar e revisitar ou um recurso a experimentar é estimulante, mas seja por indisponibilidade ou indisciplina ainda estou no caminho da almejada disciplina ou de fotografar com mais frequência.
Uma dificuldade também foram as mudanças de celular e nem sempre me sentir segura para retirá-lo da bolsa e fotografar.
Mas ao observar os registros feitos em 2015 vislumbro com prazer o crescimento da quantidade e das  fotografias que me tiram o fôlego.

Meu Sonho

Não tinha noção quando criança de que ir a praia em alguns dias significava viajar para outra cidade. Lembro de tentar decorar o nome das localidades no caminho, para reconhecer onde terminavam e começavam. Jacarecica, Guaxuma, Garça Torta, Riacho Doce, Sereia, Pescaria, Ipioca, Paripueira e Sonho Verde.

Uma paisagem ao qual me afeiçoei, conheço praias e cidades ao sul e ao norte, mas sou apaixonada pelo litoral norte da minha cidade e do meu estado. 

O Sonho Verde é uma morada praieira, também uma inspiração, minha referência de bela paisagem. 

(Inacabado, escrito em fevereiro de 2015.)

quinta-feira, novembro 12, 2015

Cinema em Penedo


Penedo-Cinema, uma associação que comecei a fazer em 2003 quando comecei a conhecer a história do Festival de Cinema de Penedo. Em 2007, em meio a pesquisa para o meu trabalho de conclusão de curso li matérias que falavam da programação das oito edições do Festival. Não encontrei muitas informações sobre os filmes de Super 8 realizados na época que era o meu principal objetivo, mas vi relatos de falta de água e energia.

Como resistir ao encantamento de um Festival de Cinema em Penedo? Na imaginação os relatos daquela época são sempre românticos, ao menos na minha é assim. Embora tenha dificuldade de imaginar os Super 8 sendo exibidos, lembro de algum relato que falava da projeção dentro do Cine São Francisco, como era mesmo? Gostaria de saber mais sobre a programação, além do fato de qual galã ou mocinha apareceram naquela época.

Em 2011, fiquei sabendo do Festival de Cinema Universitário de Alagoas, foi o ano em que houve a retomada da Mostra Sururu de Cinema Alagoano, e uma coisa veio seguida da outra, era difícil de acreditar que agora contávamos com duas ações para amadurecimento e difusão do nosso cinema. Consegui ir ao Festival por conta própria, ficando hospedada na casa de uma amiga que lá morava, acompanhando meio que atropeladamente as mais diversas programações, oficina, mesa redonda, sessões, bate-papos, encerramento.

Em 2012, fui apresentada ao processo de construção do Festival uma vez que estava assumindo como analista de audiovisual no SESC. Não pude acompanhar toda a programação, apesar de que pela primeira vez estive do primeiro ao último dia no Festival, pois dei suporte as oficinas de audiovisual que levamos pelo SESC, Cineclubismo, Brinquedos Óticos e Microvídeos. Lembro vivamente da maratona para conseguir terminar de montar os microvídeos e a animação da oficina de brinquedos óticos. E a inesquecível emoção em ver os filmes exibidos na cerimônia de encerramento.

Em 2013, retornei a Penedo para o Festival acompanhando os minicursos de Microdoc e Roteiro. Já em 2014, fui ao Festival ministrar a oficina Novíssimo Cinema Alagoano. Em ambos também acompanhei debates e as sessões.

Este ano ir a Penedo foi único como em todas as outras edições. Mas teve um aproveitamento diferente pela troca vivenciada em conjunto com os realizadores. Participei dos bate-papos com os realizadores como mediadora, não tinha dimensão do presente que o Festival e o SESC estavam me dando.

Cada dia foi um dia de aprendizado, pela possibilidade de enxergar o filmes por outros olhos, seja o do realizador ou dos espectadores. Assim como a identificação e troca entre as experiências que mal podem ser dimensionadas.

Além da vivência também fica como marco a culminância da cerimônia de encerramento do Festival com um ato de repúdio ao descaso aplicado pelo governo atual a nossa cultura.

segunda-feira, setembro 21, 2015

O que era apenas um reflexo

É difícil dimensionar como perceber algo tão simples como um reflexo transformou-se e transforma-se em uma diversidade de construções poéticas visuais feitas por mim e por tantos e maravilhosos artistas.

Lembro do dia que percebi a janela de casa pela xícara de café de minha mãe e de como foi emocionante descobrir o céu nela e o jardim de casa. Foi uma aproximação do que já me encantava, a janela, o céu e o jardim, potencializados ao estarem "mergulhados" naquela xícara de café.

Ainda resisti em sair por aí "mergulhando" em reflexos. Mas depois que parei de resistir, até esqueci porque resistia. A coisa mais natural é fotografar reflexos, ao menos pra mim.

quarta-feira, junho 24, 2015

Reflexo da sobreposição

Todo reflexo é sobreposição, uma vez que o reflexo é a reprodução de uma imagem que está ao redor da superfície reflexiva (água, vidro, metal, mármore, entre outros).

Sobreposição pode ser encarada como um erro, principalmente em casos de fotografia analógica que significa que o filme não rodou para a pose (frame) seguinte e registrou dois momentos na mesma foto. Erro também pelo fato de através de efeito analógico ou digital ou por reflexo estar reunindo assuntos que podem ou não se complementar (e/ou dialogar).

Mas há quem faça da sobreposição um estilo fotográfico. Assim como existem câmeras que possibilitam a sobreposição através da dupla exposição.

Fico encantada pelos resultados que a sobreposição produz seja pelo efeito analógico, digital ou pelo reflexo.

Porta de vidro do Palácio da Artes em Belo Horizonte-MG, visitantes da feira e colunas do prédio em frente (reflexo), sobrepostos ao fundo branco e piso de mármore do Palácio.



Fonte do Palácio das Artes, árvores e homem (reflexo) sobreposto no azulejo de fundo.